O SILÍCIO E SEU PAPEL NA AGRICULTURA

 

A ação do Silício (Si) nas plantas pode ocorrer de duas maneiras.

 

1. BARREIRA FÍSICA: O Si depositado na epiderme das folhas está diretamente relacionado à resistência das plantas às doenças fúngicas, cujo mecanismo de resistência mais aceito é de natureza mecânica.

2. BARREIRA QUÍMICA: Neste tipo de ação se explicaria melhor o efeito benéfico do elemento, que tem levado a incrementos no crescimento e na produtividade final das culturas, uma vez que este elemento atua de forma indireta sobre alguns aspectos fotossintéticos e bioquímicos, e especialmente quando estas plantas estão submetidas a algum tipo de estresse, seja de natureza biótica ou abiótica

 

O mais provável, é que ambos mecanismos de ação possuam sua participação, proporcionando os benefícios observados nas mais diversas culturas. Entre eles:

 

• Aumento da absorção de nutrientes

• Redução da perda de água por evapotranspiração

• Favorecimento de nodulação em leguminosas

• Aumento da atividade de enzimas

• Efeitos benéficos na composição mineral

• Aumento na capacidade fotossintética

• Plantas mais eretas

• Maior resistência das plantas a certos insetos e doenças

• Maior resistência ao acamamento

• Menor efeito deletério provocado pela geada

• Diminuição do efeito tóxico de metais pesados presentes no solo

 

 

Várias pesquisas têm demonstrado os efeitos benéficos do Si para agricultura, dentre as inúmeras contribuições deste elemento para a produção vegetal, a indução de resistência a seca e a doenças são as mais comuns. Tal resistência adquirida pelas plantas, ocorre devido ao acúmulo de Si na parede celular formando uma camada protetora, que reduz a perda de água por evapotranspiração ao longo do ciclo e também funciona como uma barreira mecânica à invasão de fungos e bactérias.

 

Este elemento favorece a formação de compostos fenólicos e enzimas relacionadas aos mecanismos de defesa das plantas, como as Enzimas Reativas de Oxigênio (ROS). Desta forma, a presença de Si solúvel proporciona uma rápida deposição de compostos fenólicos ou lignina nos sítios de infecção, causando um mecanismo de defesa contra o ataque de patógenos. Devido a esta atuação do Silício, ocorrem alterações na anatomia da planta, como o desenvolvimento de células epidérmicas mais grossas e maior grau de lignificação e silicificação, o que além de reduzir o ataque por pragas e doenças e a perda de água por evapotranspiração, melhora a arquitetura da planta, tornando-as mais eretas e resistentes ao acamamento, e assim, com maior área de captação de energia solar, conferindo aumento da capacidade fotossintética. 

 

Quando aplicado no solo, o Si também atua positivamente sobre a correção da acidez do solo, neutralização do H e Al tóxicos, além da interagir com outros nutrientes essenciais as plantas, proporcionando maior disponibilidade dos mesmos na solução do solo e maior absorção pela planta.

As respostas à aplicação de Si são potencializadas quando as culturas são submetidas a algum tipo de estresse.

 

Recentemente, este elemento vem ganhando visibilidade entre os produtores, e sua aplicação tem apresentado resultados positivos, especialmente em culturas como arroz, aveia-branca, batata, cana-de-açúcar, cevada, feijão, gramíneas, milho, pastagens, pepino, sorgo, soja, tomate, trigo, entre outras. Dentre estas, as monocotiledôneas, considerados plantas acumuladoras de silício, apresentam resultados ainda mais promissores com a aplicação de Si ao longo do ciclo produtivo.

 

Quando utilizado no Tratamento de Sementes, o Si melhora o desenvolvimento e estabelecimento das plântulas, desde a parte aérea até o sistema radicular, o que tem aumentado sua utilização em TS tanto On Farm quanto em Tratamento de Semente Industrial (TSI).